15 de dezembro de 2023
1 de setembro de 2013
Senet: o jogo dos deuses - Capítulo 2: Um simples jogo
Sinopse: Para se divertir na eternidade, Osíris, Rá, Hórus e os demais deuses
decidiram jogar um jogo em meio aos mortais, mas o que eles não sabiam
era que com o declínio dos costumes egípcios faria com que eles ficassem
presos no mundo mortal, e pior, sem suas memórias e seus poderes,
dentro de corpos humanos.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.
“Vou
sair para arrumar umas coisinhas, você tem vinte e quatro horas para se
decidir, amanhã às dez da manhã um avião sai para o Egito e você vai me
encontrar nele. Aqui está sua passagem”. Essa eram as últimas palavras de Inpu
antes de sair e deixar William pensando na decisão da sua vida. William se
dirigiu a sacada do seu apartamento e, contemplando a o trânsito nas ruas,
pensou em tudo aquilo que fizera com que seu mundo desabasse em menos de doze
horas.
William
tentou analisar a situação com calma, pensando em tudo friamente. Viu o quanto
se sentia bobo por ter pensado na mínima hipótese de largar toda sua vida para
fugir com um louco que conhecera na noite passada. “Deuses... Bah!” repetia par
si mesmo “Não vou para o meio do nada com aquele maluco que acha ser um deus”.
Foi aí que ele se lembrou da dor
de cabeça e do sonho. O que aquilo queria dizer? O sonho com a fera era tão
real, ainda se lembrava daquele hálito terrível. Seu cérebro então devolveu com
uma explicação lógica, “A dor de cabeça deve ter sido por que bebi rápido e de
estômago vazio e o pesadelo foi por causa da conversa sobre hieróglifos ou
algum filme que vi por esses dias”. Então William decidiu que não sairia para
nada e continuaria vivendo sua vidinha tranquila.
O dia
passou extremamente rápido e William acabou por não fazer nada o dia todo. Ao
cair da tarde ele se sentou em frente ao computador e iniciou uma pesquisa sobre
o Egito. Leu tudo que podia sobre os deuses egípcios, procurou sobre o jogo
senet e tentou ler algumas coisas a respeito de encarnações das divindades
coptas. Um pequeno artigo num site de um desses malucos que acreditam em aliens
falava que Osíris, principal divindade do mundo inferior, já havia encarnado em
diversas personalidades da história, desde Ptolomeu II ao herói Hercúles. Achou
alguns trabalhos de Isaac Newton que diziam a mesma coisa. E por fim encontrou
num fórum de discussão algumas pessoas falarem de anomalias nas pirâmides, algo
como seres super poderosos travando guerras por lá. William achou que já era o
bastante para um dia e acabou por adormecer.
William
seguiu uma estrada sinistra que descia cada vez mais, não havia nem teto, nem paredes,
mas a sensação de claustrofobia continuava. Ele foi seguindo aquela
estrada até encontrar novamente o
cachorro de pelo negro que latiu para ele e saiu correndo, como o esperado.
William desta vez seguiu caminhando atrás do cachorro até encontrar um ser
estranho que não parecia nada com o de antes. Dessa vez, a criatura tinha todo
corpo de leão, mas a cabeça de águia, juntamente com um par de asas. A criatura
olhou irritada para ele e depois se curvou na intenção de abocanha-lo, uma
espécie de clarão vez com que a criatura recuasse, mas num salto ela tentou um
segundo ataque. William rolou pela garganta da fera. Então acordou.
Olhando para o rádio relógio viu que ainda
tinha tempo de pegar o avião com Inpu, mas riu de estar pensando naquilo e
novamente se sentiu um besta por achar que largaria tudo para embarcar numa
busca pela resolução dos mistérios da sua vida. Aquilo vez com que ele de
início paralisasse e saltasse da cama em busca de se arrumar o mais rápido
possível. “ Eu não acredito que estou fazendo isso”.
Alguns
imprevistos fizeram com que William chegasse às dez e meia no portão de
embarque. Então, numa espécie de oração á sua consciência disse que se tivesse
perdido aquele avião, era por que realmente não devia tê-lo pego. Mas ao chegar
ao portão de embarque, viu Inpu que apontando para o relógio e sorrindo disse:
_ Você está atrasado, mas por
sorte o avião também!
24 de junho de 2013
Senet: o jogo dos deuses - Capítulo 1: Maus presságios
Sinopse: Para se divertir na eternidade, Osíris, Rá, Hórus e os demais deuses
decidiram jogar um jogo em meio aos mortais, mas o que eles não sabiam
era que com o declínio dos costumes egípcios faria com que eles ficassem
presos no mundo mortal, e pior, sem suas memórias e seus poderes,
dentro de corpos humanos.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.
_ O que? – foi a única coisa que
William conseguiu falar.
_ O que o que? Vai logo! –
respondeu Inpu.
William
acabou por obedecer, estava assustado com o sono e realmente precisava de um
banho. Em menos de quinze segundos estava arrumado. Pensou em servir algo de
comer para Inpu, mas quando chegou na cozinha, reparou que ele já havia
preparado o desjejum.
_ É... a gente se conheceu ontem,
não foi? – disse William tentando ser irônico.
_ Sim, achei que você se
lembraria duma dor de cabeça daquelas. – respondeu Inpu lavando toda ironia de
William pelo ralo.
_ Como você sabe?
_ Achou que ninguém percebeu? –
disse Inpu enquanto se sentava para comer – Bom, seus amigos não, mas eu não
poderia deixar passar despercebido.
_ Mas... – William abriu a boca,
mas foi interrompido.
_ Eu sei muito sobre você, mais
do que você sabe sobre si mesmo.
_ Como?
_ Já teve aquela sensação de que
seu lugar não é esse, de que sua vida não faz sentido? Já parou para pensar que
para você, dinheiro, sucesso e família não tem a menor importância?
_ Mas... – William ficou sem
palavras novamente, Inpu realmente o conhecia bem.
_ E se eu te oferecesse um propósito
que fizesse sua vida valer a pena?
_ Mas... – William se sentiu
sufocado pela falta de palavras pela terceira vez, decidiu então se sentar e
comer um pouco, ouvindo o que Inpu tinha para falar.
_ Bom, não sei ao certo por onde
começar... Sei o que sente, então sei que o que vou dizer vai soar como
brincadeira, mas... Você é um deus!
_ O que?!?
_ Sim, eu também achei estranho,
mas não é algo que possa te provar. Eu senti seu sekhem assim que me aproximei. Você também sentiuo meu, o que vez
você passar por aquele mal estar. Acontece sempre que deparamos com outro neteru.
_ Sekhem? Neteru?
_ Já ouviu falar dos deuses do
Egito, imagino.
_ Vagamente – respondeu William
se recordando da conversa sobre hieróglifos na véspera.
_ Bom, acontece que todo o
panteão egípcio decidiu jogar para passar o tempo. Os deuses maiores, chamados
neteru primordiais elaboraram um jogo chamado senet.
_ Um jogo?
_ Sim, o jogo funciona de uma
forma básica. Todos os deuses descem à Terra e tomam forma humana. A partir
daí, passam a caçar uns aos outros. Sempre que um deus morre num avatar mortal,
é levado para uma tumba com uma série de equipamentos que devolvem sua alma
para o mundo dos deuses, ou realidade etérea, se preferir.
Os deuses então desceram ao Egito
e lá praticaram esse jogo por séculos. Com o surgimento dos novos impérios, os
deuses foram caminhando pela Terra travando guerras e modificando a história.
Acontece que por volta da era medieval, os homens abandonaram o culto aos
deuses e se voltaram para o deus judaico-cristão. Isso fez com que as tumbas
portais não foram mais construídas e todos os deuses ficaram presos na Terra.
_ E você acha que sou um desses
deuses?
_ Não acho, tenho certeza. Você
também tem, posso ver no seu olhar. – disse Inpu sorrindo – Com os deuses
presos na Terra, ao serem mortos, nenhum deles retornava para o plano etéreo,
então vagavam até serem reencarnados e voltavam para o jogo, mas isso já faz
mais de mil anos.
William
tentava processar aquilo tudo. Era muita informação para ele, mas era bem
melhor que nenhuma informação. Ser um deus não era algo que esperava para o
café da manhã, mas a naturalidade de Inpu acabou lhe ajudando bastante.
_ Tudo bem! Digamos que eu
acredite no que disse.
_ Não é questão de acreditar, mesmo
se fosse, sei que você acredita.
_ Bom, quer dizer que eu sou um
deus, você também e está vindo vários outros deuses para me matar?
_ Basicamente!
_ Por que você não me mata para
adiantar seu joguinho?
_ Existem algumas relações entre
o senet terrestre e o senet dos neteru, uma delas é de que duas peças juntas não
podem ser atacadas.
_ Tá me usando para não ser
atacado?
_ Mais ou menos... “Uma mão lava
outra”?
_ Digamos que eu tope participar
do seu joguinho. O que necessariamente tenho que fazer? Não sei se posso... sei
lá... matar um deus.
_ Isso é com o tempo, vamos
localizar outros deuses e nos aprimorar através do Ab humano. Depois teremos forças para movimentar as peças. Por
enquanto, agrupamos.
_ Tá, e como fazemos isso?
_ Vamos ter que sair de viagem,
precisamos de mais informações e eu vou procurar nossas memórias.
_ Nossas memórias?
_ Sim, com o processo de
reencarnação os deuses acabam perdendo a memória, muitos deles vivem sem saber
o que são.
_ E como você sabe de tudo isso?
_ Longa história. Já estou de
malas prontas e recomendo que arrume as suas.
_ Para onde vamos?
_ Para o Egito, onde tudo começou.
23 de junho de 2013
Senet: o jogo dos deuses - Prólogo
Sinopse: Para se divertir na eternidade, Osíris, Rá, Hórus e os demais deuses
decidiram jogar um jogo em meio aos mortais, mas o que eles não sabiam
era que com o declínio dos costumes egípcios faria com que eles ficassem
presos no mundo mortal, e pior, sem suas memórias e seus poderes,
dentro de corpos humanos.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.
Uma estranha dor de cabeça se apoderou de William. O mundo girava e um
grande zumbido ameaça estourar seus tímpanos. Era como se tivessem dado uma
pancada na sua cabeça, a visão turvou e tudo que ele conseguiu ouvir foi “Você
tá legal, cara?”. Depois, só trevas.
Em seguida William acordou, pensou que estivesse num hospital ou coisa
do tipo, mas ainda estava naquela mesa de bar. Sua alucinação não durou um
milésimo de segundo.
_ Prazer em conhecê-lo? – disse
um desconhecido à sua frente.
William, raciocinou por um minuto e depois cumprimentou o estranho. “O
prazer é todo meu”. E depois se levantou e, pedindo desculpas aos colegas, se
dirigiu ao banheiro.
A torneira liberou uma água muito gelada. William encheu a palma das
mãos e se curvando, lavou o rosto. Levantou sua cabeça e tentou refletir sobre
o que estava acontecendo.
Alguns segundos se passaram enquanto o narciso¹ se contemplava. Lembrou
que estava na happy hour com seus amigos e um deles chegou com um conhecido e
os apresentou, foi somente aquele conhecido chegar perto e William foi tomado
pela dor de cabeça, depois tudo passou.
Quando
William retornou, o estranho permanecia ali. Parecia mais interessado em estar
ali do que anteriormente. Quando William se aproximou ouviu os amigos
comentarem que o estranho era vizinho de apartamento do colega que o trouxe.
Vivia sempre recluso e o amigo acabou por “carregá-lo” até ali para se enturmar
um pouquinho.
_ Desculpe-me – disse William se sentando novamente à mesa –, mas não consegui
gravar seu nome, qual é mesmo?
_ Inpu – respondeu o estranho secamente.
_ Não é estranho, eu disse isso para ele. É o que mesmo, chinês? – comentou o
amigo meio embriagado, fazendo com que Inpu se lembrasse que estava detestando
aquele local.
_ Na verdade é copta, o idioma do Egito, meu avó era de lá.
_ Copta? Achei que falavam hieróglifo! – gargalhou um colega totalmente
embriagado.
Inpu,
com um olhar de reprovação, abriu a boca para explicar, mas foi cortado por
William:
_ Bom, é... Na verdade,
hieróglifo é só a escrita, não a fala.
Inpu
não pode conter um sorriso. Todos ficaram ali por um bom tempo. William acabou
fazendo amizade com Inpu que tinha um jeito recluso mais próximo do jeito dele.
Ao irem embora Inpu fez questão de pegar um ônibus.
_ Acho que você não está em condições de dirigir – disse para o vizinho que o
trouxera.
Ao
chegar em casa, William tomou um bom banho e caiu no sono, nem se lembrava do
mal estar que passara. O álcool tem um poder de despreocupação formidável, mas
nem todo o álcool do mundo faria com que ele se esquecesse do estava para
acontecer.
William
corria por um corredor de pedra rústicas e sentindo-se clastroufóbico,
correu em direção duma luz no final do corredor. Chegando lá, pensou que sairia
do local, mas o piso desapareceu e ele caiu num imenso saguão. Estava tudo
escuro e quieto, até que várias tochas se acenderam e ele viu um cachorro. O
cachorro latiu e saiu correndo, William começou a segui-lo até que o cachorro
atravessou a parede. William pensou em parar, mas num impulso, se jogou contra
a parede e, atravessando-a, viu-se num segundo saguão, igual ao primeiro.
William procurou pelo cachorro,
mas não o encontrou. Foi então que viu uma criatura horrenda se aproximando,
era uma espécie de dragão, mas tinha cabeça de crocodilo, corpo de leão e ancas
de hipopótamo. Era realmente horrível, e ia crescendo a medida em que se
aproximava.
Quando o monstro se aproximou
abriu a bocarra e tentou devorar William. Ele, paralisado com aquela visão,
sentiu um cheiro terrível vir do hálito daquela criatura. Era cheiro de morte.
A
campainha tocou e William acordou, era tudo um sonho e ele estava ensopado de
suor. A campainha tocou novamente e William olhou as horas no rádio relógio.
Dez horas da manhã.
_ Já vai! – gritou.
Abrindo
a porta, se deparou com Inpu. Ele apenas viu a porta aberta e foi entrando,
tinha uma mala cheia e parecia que estava se mudando.
_ Tome um banho, tire essa cara amassada. Quanto mais rápido você se arrumar,
mais rápido respondo suas perguntas e damos no pé daqui.
¹ Narciso:
na mitologia grega, herói que, contemplando sua beleza no reflexo da água,
ficou apaixonado pela sua própria beleza e se afogou, em busca de si.
20 de março de 2013
Peças no Xadrez
Na
madrugada de ontem, foi encontrado morto na quadra B-4, um jovem soldado da
guarda real branca. Um colega de serviço encontrou o corpo já frio e
imediatamente convocou a cavalaria que constatou uma ferida no peito que pela
espessura, foi feita por uma espada de gume longo, já que o objeto perfurou o
coração, mas não exibiu marcas de que se havia chegado nem mesmo na metade da
lâmina.
A espada do soldado foi
encontrada junto do corpo sem nenhuma impressão digital que não fosse a sua,
sua malha de couro foi rasgada na alça e havia um hematoma próximo ao seu olho
esquerdo, provavelmente feito por um punho de espada ou algum objeto do tipo.
A
polícia convocou de imediato os vigias das torres brancas e como o vigia da
torre da quadra A-1 pode demonstrar, nenhuma delas possuía visão da quadra B-4,
o que acabou por ser muito inconveniente para a investigação.
Segundo
o relato do guarda-costas de sua majestade, o rei branco, a vítima era guarda
da catedral localizada na quadra C-1 e tinha muita amizade com o guarda-costas
da rainha branca, que foi quem o encontrou morto. A amizade dos dois chamava a
atenção de todos pela troca de favores que um prestava ao outro, segundo
testemunhas, os dois amigos já teriam inclusive trocado de postos diversas
vezes.
Segundo
a investigação da Polícia Montada das Peças Brancas (PMPB), o guarda-costas da
rainha é um forte suspeito do homicídio já que essas trocas de favores podem
ter feito com que o mesmo ficasse no prejuízo e quisesse fazer um acerto de
contas com seu amigo na fronteira do reino branco, bem longe do alcance das
torres. Mas ainda não há provas contundentes, uma vez que a espada dos peões é
do tipo gládio e assim, curta demais para provocar o ferimento que a vítima
tinha.
Uma
denúncia anônima revelou que o peão assassinado era um amante da rainha branca.
Isso justifica o porquê das trocas de postos e coloca mais um indivíduo sob
suspeita, o governante que ao saber da traição de sua esposa poderia ordenar a
morte do amante ou até matá-lo com suas próprias mãos, no caso, com sua espada
longa do tipo rapieira que deixaria perfeitamente as marcas mortais do
indivíduo. Numa busca pelo castelo real branco, localizado nas quadras D-1 e
E-1, a polícia encontrou a espada do rei abandonada nos aposentos reais e o
monarca não estava presente. A rainha indagou de que seu marido havia saído em
roque para a quadra G-1 e estava sob a proteção da torre branca direita então a
polícia não pode contatá-lo, mas esse ato só piorou a situação do rei branco
que se tornou a principal suspeita, mas qualquer um que tem acesso ao castelo
pode ter pêgo a espada abandonada nos aposentos reais.
Numa
dessas fofocas corriqueiras que correm pelo reino, saiu o boato de que o bispo
poderia ter cometido o crime, pelo fato do guarda-costas se recusar a servir o
epíscopo. Muitos cidadãos comentam que o bispo teria matado o peão por ele se
declarar contra a ação da Igreja. Segundo alguns peões, a vítima teria se
queixado abertamente sobre o poder da Igreja nos dois reinos, mas a polícia
descarta essa alternativa por não ser digna de confiança, já que o bispo
poderia acusar o guarda de heresia e levá-lo ao tribunal.
No mesmo dia, os bispos brancos
foram se encontrar com os negros na fronteira e ainda estão reunidos ali. A
polícia não descarta a hipótese de os clérigos terem cometido o crime para
evitar escândalos de adultério dentro da nobreza branca, também é de se levar
em consideração que todos os prelados portam espadas do tipo rapieira, a mesma
do rei.
A
reunião dos bispos na fronteira também levou os cavaleiros a pensarem na
hipótese de o ataque ter vindo das peças negras, já que o peão fora assassinado
junto da fronteira dos reinos. A rainha não gostou da ideia da investigação ir
além da fronteira, pelo fato de os reinos estarem em clima de guera, mas a
polícia ignorou a ordem da governante e foi a procura da Polícia Montada das
Peças Pretas (PMPP) tomar conhecimento da relação dos vizinhos com o guarda
morto e também descobrir quem havia se aproximado da fronteira.
As
polícias unidas descobriram que quatro soldados pretos estiveram próximos da
fronteira. Duas duplas se refezaram como vigias e segundo os registros, o
horário de troca das duplas bate com o horário do homicído. Ao serem
interrogados, os sentinelas negam qualquer movimento.
Com
insucesso da investigação além muros, a polícia retornou ao reino e voltou seu
olhar para a rainha. Estaria a governante cansada de seu amante? Teria ele
feito uma chantagem à donzela e sido silenciado? Quem de fato fizera a
denúncia? A rainha nega toda estória e disse inclusive que se trata de um
trambique vindo da peble. O rei e os bispos ainda não retornaram, as
especulações são muitas e diante da incapacidade policial, o crime se mantém
sem solução.
3 de março de 2013
À Venda!
Vende-se felicidade!
Vende-se realização!
Vende-se saúde!
Vende-se amor!
Vende-se salvação!
Vende-se prazer!
Vende-se educação!
Vende-se diversão!
Vende-se prestígio!
Vende-se beleza!
Vende-se inteligência!
Vende-se tranquilidade!
Vende-se paz!
Vende-se em carnê, cheque e
cartão,
Dividimos em suaves prestações!
18 de janeiro de 2013
Gerúndio
Pensando na vida
Sonhando com o futuro
Meditando como as coisas
Iam e vinham
Sempre com gerúndio
Como quem não quer acabar
Percebi que nada queria chegar ao
fim
Pois tudo tende à eternidade
Continuando a refletir
O mistério do gerúndio
De como as coisas se estendem
Para não se acabarem
Nada é infinito
Tudo vai se acabando
Mesmo que tentando vá
Vivendo no gerúndio.
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